terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Obesidade na Infância

Aspectos psicológicos no tratamento da obesidade na infância

Uma abordagem mais completa do paciente, que envolva os fatores emocionais, se faz necessária no tratamento da obesidade, uma vez que estes têm significativa relação na eclosão e/ou manutenção da mesma. Tais aspectos precisam ser reconhecidos e tratados, ajudando na elaboração de questões, muitas vezes difíceis de lidar, e oferecendo suporte psicológico motivando a aderência ao tratamento. A proposta do atendimento psicológico consiste em avaliar e ajudar a criança e a família a perceber quais motivos de ordem emocional, podem estar relacionados com a dificuldade em manter uma alimentação saudável, adequada a cada paciente. Tais razões podem ser tanto da própria criança, como da forma como esta família se organiza e que dinâmica emocional apresenta.

Causas

Em muitos casos, a obesidade infantil se desenvolve devido à relação que a mãe ensina a criança a ter com os alimentos quando ainda bebê. Algumas crianças aprendem muito cedo a compensar suas angústias com comida. Outras descarregam no ato de comer sua agressividade, ansiedade, tensões. Nota-se uma imaturidade em muitas delas em lidar com o desconforto gerado pelas pressões sofridas pelo ambiente, assim, acabam comendo demais e com má qualidade para aliviar tal desconforto, por exemplo, quando se sente ansiosa durante uma semana de provas; quando vivem situações de conflitos familiares, separação dos pais, mudanças na família, nascimento de um irmão, perda de familiares; quando sentem raiva ou frustração.

Conseqüências

É importante lembrar que existem também conseqüências emocionais para a criança obesa: muitas vezes sofrem discriminação por parte de colegas na escola recebendo apelidos, e por isso sentem-se hostilizadas e rejeitadas, o que pode abalar a auto-estima da criança e prejudicar suas relações sociais, seu desempenho na escola e gerar ainda mais ansiedade, levando a comer mais, se isolar ou ainda responder com comportamentos agressivos. Por isso é importante que o ganho de peso excessivo da criança não seja negligenciado pela família e possa ser diagnosticado o quanto antes.


EncontrArte Levemente

O atendimento psicológico em grupo, dentro do projeto multidisciplinar de reeducação alimentar, valoriza a troca entre as crianças e o apoio mútuo, juntas trabalham de forma lúdica aspectos como auto-estima, segurança, independência, maturidade nas escolhas, inclusive alimentares. Os resultados são observáveis no próprio relato das crianças e pais, além da percepção da equipe sobre o comportamento do grupo durante as atividades desenvolvidas.

Mariana Monici e Juliana Simões
Psicólogas com especialização
em Psicologia Aplicada à Nutrição
pela Unifesp – Escola Paulista de Medicina

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